Opções de bate e volta a partir de Madrid

05 de abril de 2019

Quem visita Madrid fica com vontade de conhecer uma (ou muitas) das lindas cidades que estão aos seus arredores. Um dos bate-e-volta preferidos pelos turistas que estão em Madrid é o de Toledo, que está localizada a apenas 70 km da capital do país. Conosco não foi diferente e com uma “cereja do bolo” que foi a companhia de Laysi, amiga de Maíra do trabalho, que havia chegado a Madrid no dia anterior. Além da agradável companhia, sua fluência em espanhol facilitou muito a nossa comunicação com os nativos e os vários serviços que utilizamos.

Laysi, eu e Tereza - um encontro de potiguares em terras espanholas

Também conhecida como a cidade das três culturas (cristãos, judeus e muçulmanos conviveram juntos ali na Idade Média), Toledo exibe um magnífico conjunto arquitetônico formado por igrejas, sinagogas, mesquitas, palácios e ruelas de pedra. 

Compramos, com antecedência, um pacote que vai de trem de Madrid até Toledo e, da estação em Toledo tomamos um táxi até a Plaza Zocodover, no centro histórico da cidade. É possível, também, ir da estação até essa praça, através dos ônibus das linhas 61 e 62. Dá pra perceber na foto abaixo que o dia estava bem chuvoso e que haviam várias “paráguas” (guarda-chuvas) coloridas. Cada cor representa um guia à espera dos seus passageiros. 

Plaza Zocodover e seus paráguas coloridos

Após encontrarmos o nosso guia, iniciamos o passeio pela cidade. Saímos pelas subidas e descidas das ladeiras das ruas estreitas. É preciso bom preparo físico para percorrer tudo (o meu não é lá essas coisas, mas caminhei no meu ritmo, sentando sempre que era necessário). Da Plaza Zocodover caminhamos até as ruínas da Mesquita do Cristo de La Luz, o templo mais antigo de Toledo, com mais de mil anos de idade.

A fachada exterior da Mesquita do Cristo da Luz

Essa é uma mesquita da época califal, aproximadamente do ano 1.000 d.C, que foi transformada, quando da construção de um abside (arco ou abóbada) na sua parte posterior, a fim de a reconverter em um templo de culto cristão na época de Afonso VII e dedicada deste então à religião cristã. É a mesquita mais bem conservada das dez que chegaram a existir na época muçulmana na cidade de Toledo. Atualmente é a Igreja de Cristo de La Luz.

Depois dessa igreja... mais ladeiras (subindo e descendo), passando por ruas, lojas, galerias e praças até chegarmos à Catedral de Toledo, que é uma das três catedrais góticas espanholas do Século XIII, sendo considerada a obra magna desse estilo no país (Wikipedia). São muitos os destaques da imponente igreja como o altar-mor, os trabalhos no coro, no claustro, na sacristia e no repositório de obras de Caravaggio, Ticiano, Goya, Rubens e El Greco.

A imponência do altar-mor da Catedral de Toledo

Na sequência, passamos pela Juderia de Toledo, bairro onde os judeus viviam na Idade Média, embora não fossem obrigados a viver dentro dela. É a comunidade judaica de Toledo que se tornou, nos séculos XII e XIII, a mais populosa e rica do Reino de Castilla y León.


Caminhando pela Judería em Toledo

Mesmo com chuva, continuamos a caminhada até a Sinagoga Santa Maria La Branca, construída no estilo Mudejár (que incorpora influências e elementos de estilo muçulmano), no século XII. Constitui o exemplo das três culturas – uma sinagoga com arquitetura de mesquita e que hoje pertence à Igreja Católica.

Arquitetura da mesquita

Após finalizarmos o tour (por volta das 14 horas), retornamos à Plaza Zocodover onde almoçamos no Mazapan El Foro – um café bar. O dia foi bem cansativo (para o meu preparo físico), e “puxado” para um tour de três horas subindo e descendo ladeira rsrsrs. No horário combinado retornamos à estação para pegarmos o trem de volta a Madrid. Hora de repor as energias para o bate-e-volta do dia seguinte que incluiu Salamanca e Ávila.

06 de abril de 2019

O dia começou muito cedo, pois teríamos que estar no ponto de encontro para a excursão às 7 horas da manhã, localizado ao lado da Plaza de Toros de Las Ventas em Madrid. Como saímos do hotel antes da abertura do café da manhã, o hotel nos ofereceu uma “lancheira” com suco, fruta, sanduíche e outras coisinhas que não lembro mais. Fomos de metrô da Estação Callao até a estação de Las Ventas. Fazia muito frio e a previsão da temperatura em Salamanca era de 4º (primavera, abril/2019).

Compramos o pacote de Salamanca e Ávila através da agência https://www.getyourguide.com.br/, que foi a mesma que fez o nosso transfer quando chegamos a Madrid. Através dessa mesma companhia compramos o bate-e-volta de Málaga a Honda, que iremos falar mais adiante.

De Madrid até Salamanca são aproximadamente 2h de viagem. Fomos bem agasalhadas, mas quando chegamos à cidade, além do frio, chovia e ventava bastante. A primeira hora de passeio se deu com a chuva e o vento, o que atrapalhou um pouco, mas não deixamos de curtir a beleza do lugar.

Passamos inicialmente pela Universidad de Salamanca, que completou 800 anos em 2018. É a universidade mais antiga da Espanha e a quarta fundada na Europa, posterior somente às Universidades de Bolonha, Oxford e Paris (Wikipedia).

Placa alusiva aos 800 anos de fundação da Universidade de Salamanca 

Estivemos na Plaza Mayor de Salamanca, construída no período compreendido entre 1729 e 1756. É um espaço urbano que se converteu no centro da vida social da cidade. Nesse dia encontramos pouca gente circulando pela praça, em função das condições do tempo. Mas geralmente, a praça é bastante movimentada com bares, cafeterias, lojas e outros espaços de socialização de turistas e moradores locais. 

Plaza Mayor em Salamanca

Na sequência, fomos para uma visita guiada na Catedral de Salamanca. Antes, porém, é importante salientar que Salamanca conta com duas catedrais, a velha e a nova, as quais convivem harmoniosamente, lado a lado, numa interação de épocas e estilos. O altar mor é majestoso (ver foto abaixo).

Altar mor da Catedral de Salamanca

Ao sairmos da Catedral, nos deparamos com uma agradável surpresa. Além da chuva ter parado, o sol apareceu esplendoroso e foi possível admirar as flores da primavera que colorem a estação.

Os jardins floridos da Catedral Nova de Salamanca, depois que o sol abriu

E, assim, terminamos nossa rápida visita a Salamanca e seguimos para Ávila, que fica a cerca de uma hora dali. A muralha de Ávila é uma das mais bem preservadas do mundo. Contorna todo o centro histórico da cidade e tem três pontos de acesso para caminhar e ver a vista lá de cima. Subimos uma das escadarias no ponto de apoio turístico, onde estão expostas várias maquetes da cidade de Ávila.

As preservadas muralhas de Ávila

Uma de suas maquetes

Depois, seguimos rodeando o muro e encontramos várias lojas, bares, cafeterias e restaurantes. Nesse ponto, o grupo seguiu até o Convento de Santa Teresa d’Ávila e eu fiquei numa cafeteria saboreando um maravilhoso croissant e café com leche. Após esse breve descanso me juntei ao grupo e a chuva também voltou, sendo que, dessa vez, com um alguns flocos de neve. E assim, viajamos um bom trecho rumo a Madrid sob a chuva com esses pequenos flocos de neve. O dia foi muito intenso: frio, chuva, sol, neve, muita história e cultura. Embora seja bem cansativo, vale a pena!

Chegamos a Madrid por volta das 20 horas, mas o dia ainda estava claro com o sol brilhando. Descemos ao lado da Plaza de Toros e aproveitei a oportunidade para fazer uma foto desse belo monumento. A estação do metrô Las Ventas fica dentro da própria praça.

Plaza de Toros em Madrid, às 20h

Antes de tomarmos o metrô pra voltarmos pro nosso hotel, jantamos num charmoso restaurante que encontramos por acaso: Cervejeria Jarritus, na calle de Alcalá, 233.  O ambiente é acolhedor, o atendimento impecável e a comida muito saborosa e de qualidade.

E assim foram os bate-e-volta que fizemos a partir de Madrid. No dia seguinte, pegamos o trem para Málaga para realizarmos o intercâmbio de línguas estrangeiras, principal motivo de nossa viagem.

Aguardem novas postagens!

Matilde

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