Aproveitando uma conexão de 10h em Lisboa

Já aconteceu de você ter uma conexão muito longa e ficar várias horas no aeroporto sem fazer nada? Calhou de que eu e meu esposo, a caminho da Espanha para encontrar mainha depois do seu intercâmbio, tivemos uma conexão de 10h em Lisboa, Portugal. Chegamos à cidade por volta de meio dia, depois de um voo noturno, e tínhamos até 22h para o próximo voo que pegaríamos para Sevilha. Naquela disposição de início de viagem, programamos um giro rápido na capital portuguesa de 10 intensas horas.

Vem com a gente nessa maratona!

Como nossa passagem dava direito a despachar bagagem, nos programamos para não levar bagagem de mão, apenas bolsa de ombro (eu) e mochila (ele), assim não precisaríamos perder tempo para deixar a bagagem de mão nos lockers do aeroporto. Na saída do aeroporto existe um quiosque da Vodafone, onde você pode comprar o chip para usar internet por lá. Dê uma conferida no site deles, que mostra os pacotes de dados pré-pagos disponíveis.

Pegamos um Uber para a praça do Rossio, ponto inicial do nosso tour. Ela fica na baixa Lisboa, bem próxima ao Elevador Santa Justa. Ao redor da praça estão vários prédios importantes em Lisboa, como Teatro Nacional D. Maria II, o Café Nicola e o Café Beira Gare (dois dos cafés mais famosos de Lisboa) e monumentos como fontes e um pedestal bem no centro da praça com a estátua de Dom Pedro IV (também conhecido como o nosso Dom Pedro I).

Em uma das saídas da praça, no sentido que vai até o Rio Tejo, você encontrará a Rua Augusta, a mais famosa de Lisboa, uma rua essencialmente comercial, fechada para trânsito de carros. Nela, você vai encontrar artistas de rua, pessoas vendendo artesanato, lojas de grandes redes, restaurantes, bares e muita, muita gente! Além do comércio, olhe também para o chão: os azulejos formam lindos padrões pelas calçadas. Andamos por ela na sexta-feira santa e, apesar do clima nublado e um pouco chuvoso, a rua estava repleta de gente e o comércio estava todo aberto.

A Rua Augusta e o seu comércio fervilhante. Ao fundo, o Arco da Rua Augusta.

Ao final da rua, você vai encontrar o famoso Arco da Rua Augusta, uma porta de entrada nobre para a parte baixa de Lisboa. As esculturas do topo do arco enaltecem os heróis portugueses da época dos descobrimentos. Se você tiver mais tempo que tivemos, não deixe de subir no arco! Custa 2,50€ e tem uma boa vista da Baixa Lisboa e do Rio Tejo. Em frente ao arco, você estará na Praça do Comércio, um dos principais cartões de visitas de Lisboa, e que já abrigou o Palácio Real, antes deste ser transferido para o Castelo de São Jorge. É nessa praça que acontecem os grandes eventos lisboetas, além de ser um lindo palco para assistir ao pôr-do-sol.

 Os detalhes do arco

A Praça do Comércio, também conhecida como terreiro do Paço

Acabamos almoçando em um dos restaurantes de uma das ruas adjacentes à rua Augusta o que, na teoria, não seria a melhor opção, já que a região é extremamente turística e pode ter algumas pegadinhas. Recomendamos sempre prestar atenção nos menus do dia que alguns restaurantes oferecem, com um preço fixo e 3 pratos. Almoçamos no Bistrô Augusta e a experiência foi excelente. Depois da refeição, voltamos no sentido da praça do Rossio.

Ao lado da praça do Rossio, está a Praça da Figueira, que assumiu o papel de mercado central da cidade depois do terremoto que assolou Lisboa em 1755. No último final de semana de cada mês (de quinta a domingo), acontece nessa praça o Mercado da Baixa, que reúne diversos produtores portugueses. Por lá você pode provar queijos, embutidos, doces e bebidas. Muitos bares, restaurantes e lojas de souvenir cercam essa praça, e por ela também passam os elétricos (os famosos bondinhos) e ônibus que podem levá-los a diferentes pontos da cidade. Da Praça da Figueira é possível ver o Castelo de São Jorge, logo à direita.

Monumento a Dom João I, na Praça da Figueira

A ideia inicial era subir pelo Elevador Santa Justa e percorrer a parte do bairro do Chiado, um bairro boêmio da capital. No entanto, meu marido quis mudar o passeio para conhecermos o Castelo de São Jorge. Para chegar até lá, você pode:

  • Ir à pé desde a região da Rua Augusta, caminhando cerca de 1,5km (o trajeto possui ladeiras);
  • Pegar o elétrico (bondinho) nº 12 na praça do Martim Moniz, que desce no Miradouro de Santa Luzia. A caminhada até o castelo é de mais 5 minutos; ou
  • Pegar o ônibus 737 na Praça da Figueira, e que para na porta do castelo.
Com o tempo chuvoso e o cronograma meio apertado, resolvemos pegar o ônibus 737 e descemos bem na porta do Castelo. Você pode comprar os ingressos com antecedência pelo site oficial do Castelo de São Jorge. Compramos o ingresso na hora e, por sorte, não tinha fila. Mas foi uma exceção: logo que saímos da visita, a fila para comprar o ingresso estava enorme!


O Castelo foi construído no século 11 pelos mouros (os muçulmanos do norte da África que dominavam a região de Lisboa naquela época), e foi reconquistado junto com Lisboa em 1147 por D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal. O nome “São Jorge” só surgiu depois da reconquista e vem da devoção do castelo ao santo padroeiro dos cavaleiros e das Cruzadas.

Depois da bilheteria, ao entrar na área do castelo, você encontrará o Miradouro, a partir de onde você terá uma vista privilegiada de toda a cidade. Caminhando pelo espaço, você encontrará o sítio arqueológico, com marcas da ocupação da região do castelo por diferentes povos: da idade do ferro, da ocupação islâmica e também medieval. Além, claro, do Castelo, que tinha um papel militar e de abrigo, e através do qual se tem lindas vistas da cidade. 

A vista privilegiada de Lisboa desde o Miradouro

A entrada do Castelo

E a vista do bairro da Alfama de dentro da fortificação

Depois de explorar um pouco o espaço, nos despedimos do Castelo e seguimos a pé até o Miradouro Santa Luzia, que tem uma boa vista do bairro da Alfama e do Rio Tejo.

 O Miradouro Santa Luzia...

...e a sua vista

Descendo até à Praça do Comércio, passamos por vários elétricos

Seguimos a pé até voltarmos à Praça do Comércio, de onde pegamos outro ônibus até a nossa próxima parada do roteiro: o bairro de Belém. A essa altura, o tempo já tinha estiado e o dia já ensaiava um lindo final de tarde sem nuvens. Descemos do ônibus no Jardim da Praça do Império, que fica em frente ao Mosteiro dos Jerônimos.

O Jardim Praça do Império e o Mosteiro dos Jerônimos ao fundo

Por causa do tempo apertado, só conseguimos fazer algumas fotos panorâmicas, e seguimos para a loja dos Pastéis de Belém, que ficam logo ao lado. Você vai saber que está no caminho certo quando avistar uma looonga fila de pessoas esperando para comprar esses quitutes. Não nos animamos para ficar na fila por causa do horário, então resolvemos comer um hambúrguer ali do lado, no Honorato. Delícia de hambúrguer!

Logo ao lado do Starbucks, está o Honorato. Não deixe de conhecer!

Em frente à Praça do Império, você já vai enxergar o imponente Padrão dos Descobrimentos, às margens do Rio Tejo. Cuidado, pois para chegar até lá existe uma passagem subterrânea, já que não existe passagem de pedestres nessa altura da avenida. De acordo com o Dicas de Lisboa,
"O Monumento dos Descobrimentos retrata diversos personagens históricos, como o próprio Infante Dom Henrique, Bartolomeu Dias, Fernão de Magalhães, Vasco da Gama, Lís de Camões, a rainha Filipa de Lencastre, Gil Eanes, o rei Afonso V de Portugal, Pedro Álvares Cabral e muitos outros que fazem parte da história mundial. Ao todo são 32 estátuas que homenageiam e fazem alusão aos desbravadores e participantes destes episódios, como escritores, pintores e missionários."
O Padrão dos Descobrimentos e toda a sua imponência

Seguindo pelo calçadão que beira o Rio Tejo, já avisa-se ao longe a Torre de Belém. A um km de caminhada, chegamos à nossa última parada antes de retornar ao aeroporto. Para fazer o trajeto, Lisboa estava cheia de patinetes da Bird e da Lime (abril/2019), outra opção de deslocamento pelo bairro. Assim como no Padrão dos Descobrimentos, é possível entrar na Torre de Belém. Você pode comprar o ingresso na hora ou com antecedência no site http://www.torrebelem.gov.pt/pt/index.php.

A Torre de Belém, e o lindo pôr do sol que consegue se ver dali

Depois dessa pequena maratona em Lisboa, tomamos um táxi em frente à Doca do Bom Sucesso para voltar ao aeroporto de Portela. Lembre-se de deixar uma margem de segurança do final do passeio até a hora de voltar ao aeroporto, já que ainda será preciso passar pela segurança, encontrar o portão, etc.

Um resumo desse nosso dia está disponível nesse Maps:


Até a próxima!
Maíra

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